Administrando empresas

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sábado, 22 de outubro de 2016

Não espere pelo Epitáfio

Vida corrida, agitada, informação abundante, consumo desenfreado, bem vindo ao século XXI. A era da informação veio pra ficar, mas será que esse é o caminho?

No trabalho o homeoffice promete flexibilizar o horário de trabalho, com a oferta de execução laboral num ambiente mais familiar, digamos, mas que tem como pano de fundo, em verdade, a ampliação do tempo dedicado às organizações.

Há pessoas que entram em desespero, afinal de contas para ser mais eficiente e garantir seu espaço no mercado de trabalho é necessário trabalhar e estudar mais e mais, não sobrando tempo para “outras coisas”.

Essa obsessão trazida pelo mundo competitivo, cuja premissa está calcada no poder e no dinheiro, pra se ter o status referencial de uma sociedade em pleno caminhar ao colapso, está nos aproximando do esgotamento.

Cada vez menos tempo para a família, para os amigos, para você. – É, meu caro, realmente o epitáfio vem aí.

Lembro-me da velha frase: “eu não levo trabalho pra casa” ou “eu não misturo trabalho e casa” – isso é uma bobagem, uma mentira contada por nós mesmos com a finalidade de abstrair-se da realidade dos fatos. Em verdade nós vivemos o todo e o nada ao mesmo tempo, com sentimento de invulnerabilidade até que o epitáfio chega. Misturamos sempre, levando as agruras do trabalho pra casa e as insatisfações da casa para o trabalho. O ser humano é indissociável, de modo que sempre haverá reflexos numa ou outra dimensão da vida, vide os ensinamentos de Sigmund Freud.

Pra onde estamos indo? Pra onde nossa sociedade está indo?
A busca por mais luxo, mais bens materiais levará a nossa sociedade ao esgotamento, certamente, uma vez que quanto mais se tem, mais se quer. Parece massa de pão, quanto mais bate, mais cresce.
Isso me lembra inclusive, uma velha frase cristã: “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Marcos 8:34-38

O epitáfio está chegando e os indicadores profissionais podem até estar muito bons, mas como vão os teus indicadores com sua esposa, marido, filho, filha, mãe, pai, amigos e com a sociedade, com a solidariedade?

Não espere pelo epitáfio para melhorar teus indicadores pessoais; as pessoas passam, a vida passa, mas as organizações ficam; essas continuarão por aí daqui a 100, 200 anos, se houver planeta para nossos filhos, netos, - é claro, mas fique tranquilo, fá-lo-ia sem reserva, que até lá você já estará aposentado pelas novas regras do governo.

Isto não quer dizer que não se deva dar importância à atividade humana no trabalho ou que essa possa ser feita de maneira desleixada ou desidiosa, muito pelo contrário, deve ser eficiente e eficaz, todavia, há que se ter em mente que a vida vai muito além das paredes da organização. Ocupar-se no trabalho é importantíssimo, mas viver fora dele também é fundamental.


Mas como administrar o pouco tempo que temos até o epitáfio? Apesar de ser uma pergunta deveras complexa caro leitor, a resposta está mais perto do que imaginamos, dentro de nós mesmos, custa enxergar, mas espero que você não espere pelo epitáfio para compreendê-la. Pensemos nisso.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Gestão da Competência Intelectual


Na era do conhecimento, mercados globalizados e competitivos, não se pode mais garantir o sucesso ou a permanência da empresa no mercado, com base unicamente no acompanhamento contábil e aferição do lucro obtido através do cálculo de receitas menos despesas.

Um crescimento consistente e sustentável da empresa deve vir acompanhado de investimentos em desenvolvimento do capital humano da empresa. Em verdade, trata-se de investimento no ativo intangível, de difícil mensuração, mas de impacto direto no desempenho da organização.

A gestão da competência intelectual da organização depende da gestão de competências e da gestão do conhecimento. A gestão de competências compreende três fatores: conhecimento, habilidade e atitude.

O conhecimento depende da aquisição de informações obtidas pela pessoa ao longo dos anos através da prática, da leitura e da participação em cursos e eventos; a habilidade compreende a capacidade da pessoa em aplicar o conhecimento na prática e obter resultados favoráveis à empresa; a atitude representa o comprometimento da pessoa com os objetivos organizacionais. A gestão do conhecimento compreende o desenvolvimento humano e o fomento ao desenvolvimento intelectual das pessoas, através da implementação de ambiente organizacional favorável a aquisição, troca e aplicação do conhecimento.

Com efeito, a gestão da competência intelectual da empresa envolve a mantença e desenvolvimento do know how (conhecimento), como diferencial competitivo da organização em face das instabilidades mercadológicas que ensejam competição acirrada.

No modelo de Porter (Engenheiro Estadunidense e professor da Universidade de Harvard), as forças competitivas que exercem influência sobre a empresa resumem-se a cinco, conforme modelo da figura abaixo, no entanto, atualmente já podemos considerar que existe uma sexta força não prevista no modelo de Porter, que impacta direta e fortemente sobre o desempenho da empresa, qual seja, o conhecimento.






No que tange a gestão da competência intelectual, a empresa precisa identificar sua core competence (competência essencial), além verificar o gap (diferença) entre a competência existente atualmente na organização e a competência necessária para manter a empresa competitiva e com resultados favoráveis.

A competência intelectual da empresa é um importante fator invisível do balanço patrimonial, influenciando, contudo, decisivamente nos resultados da organização. As grandes multinacionais que conseguem manter um alto grau de competitividade e de participação no mercado possuem notória competência intelectual, o que ajuda a valorizar suas ações no mercado. Não são poucos os casos em que o valor das empresas no mercado de ações está acima de seu patrimônio líquido, haja vista sua capacidade de transformar, inovar, superar crises e expandir seus negócios, como é o caso de gigantes do mercado, como a Coca-Cola, Microsoft, Apple e Sony.


Normalmente as empresas tendem a manter o status quo (estado atual e estável), no entanto, para manter a competitividade no mercado atual, é necessário reinventar sempre, através da aplicação de novos conhecimentos, desenvolvendo novas habilidades e demonstrando novas atitudes de comprometimento e entrega quanto à consecução dos objetivos organizacionais.