Administrando empresas

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domingo, 26 de março de 2017

Ética Um exemplo prático

Como diria o grande professor e filósofo Mário Sérgio Cortella, a Ética é conjunto de valores e princípios que os seres humanos utilizam para decidir a três questões fundamentais da vida: Quero, Devo e Posso.

De modo que há coisas que eu Quero, mas não Devo; outras que eu Devo, mas não posso; e por fim coisas que eu Posso, mas não Devo.

Exemplificando posso eu Querer obter o que não me pertence por vias ilegais, mas que não Devo por si só, em face de tipificação de crime prevista no ordenamento legal.
Pode o professor universitário criticar publicamente outras instituições em que não leciona, dado o direito a livre expressão, mas não Deve em respeito às pessoas que lá estão.

Deve o administrador público zelar pelo erário (patrimônio público), mas não o faz por não o querer devido a interesses pessoais, em alguns casos, em detrimento do interesse público.
Portanto, equação perfeita da Ética ocorre quando eu Quero, Devo e Posso fazer, dizer e agir em relação às decisões a tomar do cotidiano.

Veja, caro leitor, não raros são aos momentos em que as decisões são tomadas de forma desarrazoadas, ou seja, ausentes de qualquer vínculo da razão e oriunda da total inobservância dos princípios éticos.

Retornemos ao caso do professor, que certa feita em sala de aula professa impropérios vexatórios e infames a respeito de Universidade da qual ele não pertence de forma pejorativa em relação a alunos, docentes e à própria Instituição, disparando em sala de aula: - Ainda bem que são meus alunos, porque se fossem da Instituição X (risos) jamais conseguiriam entregá-lo.
Tal profissional Pode fazer uso da livre expressão? – sim ele pode, mas questiono caro leitor, Deve ele proferir tal sentença pré-concebida; exacerbando preconceito inútil que só faz um desserviço à sociedade, justamente de profissional que deveria dar o exemplo àqueles a quem se dirige, sendo referencial dos bons costumes e da ética profissional?

Mestre, que segundo os ditames juramentados em celebração solene deve zelar, sobretudo, pelo tratamento digno e equânime das pessoas respeitando suas individualidades, comprometendo-se a construir profissionais bons e justos e, por conseguinte, uma sociedade mais justa.

Digo mais, além de desarrazoada decisão, até punível e tipificável pelo crime de difamação previsto em nosso código penal, tal discurso em nada contribui para a criação de profissionais de fato comprometidos com o desenvolvimento deste país, presta um desserviço à sociedade e não merece sequer sua titulação acadêmica, pela prática de comportamento potencialmente banível que inclusive e, no mínimo, deve ser severamente rechaçado pelos próprios alunos em respeito à Ética. Não se pode compartilhar de tal comportamento, tampouco aceitar manifestações de desapreço infames em relação a pessoas, instituições educacionais e empresas.


Este, caro leitor, é somente um exemplo do tema deveras importante denominado Ética, mas lembre-se, a moral enquanto aplicação dos princípios éticos deve sempre levar em consideração o respeito pela dignidade humana (Inciso III, art. 1° da Constituição Federal), o respeito pelo próximo, o respeito pelas pessoas e de tudo em que nele há e que não nos pertence, merecendo nosso imenso respeito.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Criatividade Corporativa

Quase que invariavelmente persiste nas empresas a filosofia de investir muito pouco na formação, no aperfeiçoamento e na especialização da principal matéria-prima, o Homem.

No mais, o que se verifica é que as organizações estimulam comportamentos robotizados, mesmo após mais de um século da Revolução Industrial, momento histórico marcado pela visão homem - máquina, despojado de necessidades de desenvolvimento e aperfeiçoamento.

As organizações acabam, por si só, estimulando comportamentos incongruentes com a eficácia e eficiência e não alinhados com a macroestratégia organizacional.

Não se pode esquecer, entretanto, que o Homem, diferentemente de todas as máquinas e tecnologias existentes e demais espécies deste planeta, possui o poder da criação. Neste sentido, sua capacidade inventiva e criativa deve ser explorada pelas empresas, permitindo que as pessoas sejam valorizadas e participem do processo produtivo ativamente, por meio da oitiva de suas ideias, que, em sendo viáveis, sejam implementadas.

O próprio Homem dentro das empresas é o principal responsável pelos resultados, neste contexto, enganam-se àqueles que pensam que a mera aplicação de novas tecnologias pode substituir a criatividade humana. Evidentemente, a tecnologia permite acelerar, aprimorar e tornar viáveis alguns dos processos produtivos por meio da redução de custos com mão-de-obra, todavia, este não é o único caminho, tampouco pode servir como justificativa para julgar o Homem obsoleto.

O Homem quando bem estimulado, valorizado e prestigiado pela organização, tenderá a produzir mais e de maneira mais eficiência.

Em síntese, como os bons vinhos, o ser humano se torna melhor quanto mais velho, ou seja, quanto mais experiente e capacitado, melhores serão os resultados alcançados.
Isto posto, descobrir, lapidar e desenvolver talentos é condição fundamental para garantir a perenidade das organizações, num ambiente cada vez mais competitivo e cujos recursos são cada vez mais escassos.

O tema merece destaque nas empresas, ao menos para aquelas que pretendem ter vida longa. Não se permitem mais divagações filosóficas ou postergação da implementação de uma política empresarial de valorização de pessoas. Quer seja nas micro ou nas grandes empresas, mesmo entendimento deve ser o compartilhado, segundo o qual não se obtém bons resultados se o recurso humano não está sendo desenvolvido par e passo com os objetivos estratégicos definidos pela organização.

Para Tod Barnhart “Muitas organizações apontam para o nada e acertam com incrível precisão”.

Não se permite mais no mercado, os chamados “tiros no escuro”, o desenvolvimento do Homem, neste ponto, é condição principal e fundamental, sendo seu desenvolvimento profissional e valorização por meio da meritocracia, a pedra fundamental de todo o processo produtivo.

São pouquíssimas as empresas, entretanto, que convergem neste sentido, ou seja, que valorizam e possuem programas sistematizados de transformação da mão-de-obra e desenvolvimento de talentos. No mais, em que pese à volatilidade do mercado, repousam serenas em resultados passados frágeis que se esvaem rapidamente dragado pela eficiência de outros concorrentes, acumulando perdas sistemáticas e regulares, além da deterioração dos processos organizacionais. Todas as demais perdas, inclusive financeiras, são meramente decorrentes desta.

As empresas que acordarem para o fato de que seus negócios dependem essencialmente da criatividade e do desenvolvimento de sua mão-de-obra, estarão mais propensas a obtenção de resultados favoráveis.